Câmara pede análise de água à ETEVAV
A água distribuída na rede pública pela DAE S/A vem apresentando cheiro acentuado desde meados de dezembro, segundo reclamações da população. O cheiro seria semelhante a bolor. A empresa já publicou comunicados nos jornais e TV garantindo que a água é potável e que está tomando providências para eliminar o cheiro.
Os vereadores haviam discutido o tema nas duas últimas sessões do ano. Entretanto, como não tiveram acesso a um laudo técnico que garanta a qualidade da água, decidiram tomar outras providências. Participaram da reunião das lideranças os vereadores Luiz Fernando Machado (PSDB - presidente da Câmara), José Galvão Braga Campos (Tico, líder do PSDB), Gerson Sartori (PT), Cláudio Miranda (PSOL), Marcelo Gastaldo (PTB), José Antônio Kachan (PSB), José Dias (PDT), Adilson Rosa (PR) e Antônio Carlos Pereiira Neto (Doca, do PP).
Sartori e Miranda argumentaram que preferiam a criação da CEI da Água. "A situação é deprimente e a justificativa de que uma chuva forte causou isso não convence. O pior é que em todos esses dias não vi nenhum pronunciamento do prefeito sobre o assunto", comentou Sartori. "Tenho de dois a três pacientes por dia com problemas de alergia de pele por causa da água", salientou Cláudio Miranda, que é médico.
Com a criação da CEI, a Câmara poderia contratar um laboratório para fazer uma análise completa da água que a população está consumindo. Entretanto, os vereaadores da situação não concordaram e surgiu uma proposta alternativa. "Vamos pedir à Escola Técnica Estadual Vasco Antônio Venchiarutti que faça a análise graciosamente", explicou o presidente Luiz Fernando.
O ofício ao diretor da ETEVAV, Mauro Gut, foi entregue pessoalmente no início da tarde pelo vereador Marcelo Gastaldo. A coleta para a análise deve ocorrer no dia 8, a partir das 14 horas, em pelo menos cinco pontos da cidade. O resultado sai em cerca de dez dias.
Marcelo defendeu a DAE, cujas instalações visitou na semana passada. "A empresa sempre teve competência para tratar a água. Nunca houve um problema assim e não acredito que seja problema de esgoto", comentou. Uma das hipóteses para o cheiro forte na água é a proliferação de algas microscópicas na água da represa do Rio Jundiaí-Mirim. As algas se proliferam acima do normal quando há uma combinação de calor, luz do sol e matéria orgânica na água (como esgoto). Elas liberam substâncias que deixam um cheiro forte na água, semelhante a bolor.
Vereadores da situação discordaram da CEI porque o problema já estaria resolvido, como salientaram José Galvão e Antônio Carlos Pereira Neto. Este último inclusive destacou que um problema como esse pode ocorrer mesmo com toda a competência da DAE. "Vocês não viram aquele monte de águas vivas no Guarujá, em todo o litoral? Quem vai controlar isso? Não tem como!". Mesmo assim, tanto ele quanto José Galvão concordaram que é importante uma nova análise na água.
Visita ao Jundiaí-Mirim
Os vereadores também devem visitar o Rio Jundiaí-Mirim nas proximidades da represa para verificar denúncias de lançamento de esgotos e mortandade de peixes. Eles se encontram às 10 horas na frente do condomínio Terras de São Carlos, no Bairro do Jundiaí-Mirim.