Mês de Março é marcado pela Campanha Nacional “Março Amarelo e Lilás”
O mês de março é marcado pela Campanha Nacional “Março Amarelo e Lilás”, que tem como finalidade conscientizar a sociedade sobre os sinais, sintomas, prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero e da endometriose, doenças essas que afetam as mulheres.
O Amarelo da campanha representa a endometriose, que segundo a Organização Mundial da Saúde, afeta cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil. É uma doença ginecológica benigna e crônica, de natureza multifatorial, que ocorre em mulheres em idade reprodutiva, em função de sua natureza hormonal. Os principais sintomas associados à endometriose são: cólicas menstruais com intensidade que compromete as atividades diárias, dor pélvica crônica, dificuldade para engravidar, alterações intestinais associadas ao período menstrual e alterações urinárias associadas ao ciclo menstrual, tais como dor ao urinar, aumento da frequência urinária e desejo incontrolável para urinar; entretanto, algumas mulheres não apresentam sintomas. Estima-se que a média de tempo entre o início dos sintomas até o diagnóstico definitivo é de aproximadamente sete anos.
Para a Dra Mary Juciane Zamboni Vettore, diante de sintomas de suspeição para endometriose, é fundamental a realização do exame ginecológico. A utilização de ferramentas diagnósticas auxiliares como ultrassonografia pélvica, ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve feminina com protocolos especializados são os principais métodos por imagem para detecção da doença. “Após o diagnóstico, seu ginecologista discutirá a melhor proposta de tratamento para seu caso. A endometriose pode ter várias formas de apresentação, com isso os cuidados devem ser individualizados e propostos de acordo com a idade, sintomas, e se a mulher deseja ou não engravidar. As principais formas de tratamento são: clínico, cirúrgico, procedimentos de reprodução assistida e acompanhamento com equipe multidisciplinar”, relatou a ginecologista.
Já a cor Lilás representa a prevenção e combate ao câncer de colo uterino. Esse tipo de câncer é uma das maiores causas de morte entre as mulheres no mundo e geralmente apresenta um desenvolvimento lento, sem sintomas em fases iniciais. Eventualmente, no início, pode ocorrer sangramento vaginal fora do período menstrual, dor ou corrimento vaginal, e em casos mais avançados, podem surgir sintomas urinários e intestinais, dor lombar e pélvica. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam-se 17 mil novos casos da doença no Brasil em 2023.
A Dra. Juciane ressalta que a principal causa deste câncer é a infecção persistente por alguns tipos de vírus chamados de HPV – papilomavírus humano, transmitidos pelo contato sexual. Fatores como início precoce da atividade sexual, histórico de infecções sexualmente transmissíveis, diversidade de parceiros, fumo e má higiene íntima podem facilitar essas infecções. A detecção das alterações que precedem a doença pode ser realizada através do exame preventivo conhecido como Papanicolau e, dependendo do resultado, outros procedimentos ou exames podem ser necessários para confirmação do diagnóstico. “O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre as opções estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, que dependerão do estágio da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos”, explia Juciane.
Entre as formas de prevenção ao câncer do colo do útero estão a realização de exames periódicos, o uso de preservativos durante a relação sexual, diminuindo assim o risco de contágio, e também a vacinação. O Ministério da Saúde implementou em 2014, no calendário vacinal, a vacina tetravalente contra o HPV, oferecida atualmente no SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos e que protege contra quatro subtipos do vírus.