Proibição a radar móvel no trânsito é rejeitada
Os autores do projeto (PL 9.691), Adilson Rosa (PR) e José Galvão Braga Campos (PSDB) não ficaram satisfeitos. "Radar escondido não educa. O sistema é arrecadatório, não educativo", disparou Adilson, enquanto José Galvão, o Tico, ressaltava que não é contrário aos radares, mas apenas aos radares escondidos. "A Prefeitura chegou a arrecadar R$ 5 milhões com multas e não vimos a aplicação desses recursos em programas educativos de trânsito", lembrou.
A dupla teve o apoio de outros três vereadores na votação. Outros três se abstiveram. Resultado, o radar móvel venceu por sete a cinco. A vereadora Silvana Baptista (PMDB) que também é médica, apoiou a proposta de Adilson e Tico observando que a instalação de radares fixos e visíveis nos pontos mais críticos de Campinas reduziu não apenas o número de acidentes como também a gravidade. "Tenho visto dois radares móveis na pista perto de casa (Rodovia João Cereser). Um fica escondido debaixo de cada viaduto, só multando. O que isso resolve? Por quê não colocar o radar fixo, visível e sinalizado?".
A frente multipartidária contra os radares móveis contou até mesmo com o vereador Gerson Sartori (PT). "Sinalizar buraco é o fim do mundo", destacou na tribuna, criticando o trânsito como um todo. "Cinco milhões em multas e estamos sinalizando buracos em vez de melhorar o trânsito. Ou nós estamos na contra-mão ou é o secretário de Transportes".
Os vereadores Enivaldo Ramos de Freitas (PTB), José Antônio Kachan (PSB), Cláudio Miranda (PSB) e Júlio César de Oliveira (PSDB) defenderam os radares móveis, ressaltando que mantê-los escondidos dos motoristas não é uma boa solução. Miranda comparou o trânsito a uma doença grave e salientou que às vezes é preciso "um remédio amargo".
O presidente da Câmara não vota, mas Luiz Fernando não escondeu sua posição. "O que não pode é terceirizar a operação dos radares e o dinheiro arrecadado vai embora e não é aplicado em educação no trânsito", comentou.