Sessão tem a presença do deputado Bigardi
Em sua fala, Bigardi se queixou das insinuações de que as denúncias envolvendo o ministro dos Esportes, Orlando Silva e o PC do B tenham alguma relação com os recursos recebidos para sua campanha eleitoral. Destacou que sua prestação de contas foi aprovada pelo Tribunal Eleitoral e que as doações e repasses do partido são todos identificados com total transparência. "Me sinto atingido por esse tipo de colocação. Se for pra fazer debate político de alto nível eu faço. Mas se for pra entrar no debate insinuações e virar manchete de jornal aí cai numa política muito ruim para Jundiaí e para a nossa região", criticando o que em sua opinião seria uma antecipação da campanha eleitoral do ano que vem. Ao final, entregou documento com os esclarecimentos ao presidente Julião.
Os vereadores também usaram a palavra. O líder do PSDB, José Galvão Braga Campos (Tico) reforçou a tese de que é preciso explicar a origem dos recursos para a campanha do deputado. "Esse dinheiro é sadio ou não? Ele foi tirado das crianças?", questionou, referindo-se às denúncias de desvio de verbas que iriam do Ministério dos Esportes para programas como "Segundo Tempo", que envolve crianças e adolescentes. O PC do B é o partido do ministro Orlando Silva e está envolvido nas denúncias.
Na linha de José Galvão, os demais vereadores do PSDB, Ana Tonelli e Gustavo Martinelli, também defenderam a apuração rigorosa das denúncias que apareceram na imprensa nas últimas semanas. Gustavo rebateu a afirmação de Bigardi de que se trata de campanha antecipada. "O deputado diz que não quer antecipar a discussão política na cidade mas está antecipando. Está entrando em contradição. Está acusando o outro deputado da cidade, Luiz Fernando Machado sobre dinheiro do Rodoanel".
Ana Tonelli salientou que os questionamentos não significam ataques pessoais ao deputado. Os vereadores do PT, Durval Orlato e Marilena Negro, classificaram como exagerada a insinuação de que a campanha do deputado teria recebido, através do PC do B nacional, dinheiro desviado. O vereador Fernando Bardi alertou que é preciso tomar cuidado com a onda de denuncismo, que condena primeiro antes de apurar e julgar. Ele foi apoiado pelo vereador Enivaldo Ramos de Freitas, que no entanto destacou que o ministro deve esclarecer tudo e que não aconteça como anteriormente na crise do PT, quando o presidente disse que não sabia de nada. O vereador José Dias elogiou o trabalho do deputado na Assembléia Legislativa e o fato de sua presença na Câmara para os esclarecimentos. "Temos uma preocupação aqui na Câmara porque envolve nossa cidade e representantes de nossa cidade", comentou.
O presidente da Câmara, Júlio César de Oliveira fechou o debate de quase 50 minutos destacando o papel democrático da Câmara e que a cidade merece uma discussão aberta, pública e civilizada, especialmente para a próxima campanha. "Não podemos esquecer que o candidato do meu partido foi cassado sete ou oito vezes (...) por parte do denuncismo dito por Fernando Bardi, que nós tivemos na cidade. E cada uma dessas cassações foi derrubada porque não tinha consistência (...) Precisamos fazer discussões de alto nível". Bigardi se colocou à disposição dos vereadores para quaisquer outros esclarecimentos.