Transporte coletivo é destaque nos debates
"Não podemos só falar de tarifa ou de quanto gasta de combustível ou pneu", destacou o presidente Gerson Sartori, que logo depois recebeu a notícia do acidente no Rio. Ele defendia a aprovação da Moção nº 10/2013 do vereador Márcio Petencostes de apelo ao Ministério
Púbico e à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, ao Prefeito de Jundiaí, bem como ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Jundiaí e Região por providências no sentido de evitar que motoristas de ônibus acumulem a função de cobrador.
A sessão teve vários projetos que mereceram discussões mais aprofundadas dos vereadores, como o controle da população de cáes e gatos e a notificação compulsória por parte dos serviços de saúde em caso de violência contra a mulher. Mas foi a moção que provocou uma discussão com mais ênfase e que deverá provocar desdobramentos, como reuniões da Comissão de Infra Estrutura e Mobilidade Urbana com o secretário municipal de Transportes, sindicato e empresários do setor.
Na platéia, o manobrista Sérgio Daniel fazia um protesto solitário. Com um cartaz, lembrava a morte da filha em 2011, quando tinha 19 anos. Segundo ele, a jovem estava de moto e foi atingida por um ônibus que teria entrado na faixa da contra-mão, no cruzamento da Rua Espírito Santo e Avenida São Camilo. Ele disse apoiar a moção pois acredita que o fato do motorista acumular a função de cobrador pode provocar mais acidentes. "Quase todos os ônibus que passam naquele local não têm cobrador. E muitos entram na contra-mão", observou.
O vereador José Dias lembrou que há vários anos a Câmara tenta aprovar norma que proíba o acumulo de função do motorista, mas quem sabe agora o debate leve a uma solução. O presidente Gerson Sartori disse que realmente desde seu outro mandato já havia essa tentativa de acabar com essa situação, que ele considera uma vergonha.
Polêmica
Um tema de caráter nacional também chamou a atenção e provocou polêmica na sessão. Foi apresentada em caráter de urgência a Moção Nº 13/2013, dos vereadores Rafael Purgato e Paulo Malerba, de repúdio à permanência do Deputado Federal Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Pastor evangélico, ele foi eleito para o cargo no mês passado e desde então há protestos por sua rejeição à homossexualidade e por declarações sobre a afrodescendentes.
Nas discussões e votações ficou claro que os vereadores estavam divididos. Seis deles usaram a tribuna para falar contra ou a favor. Na votação, seis estavam ausentes, dois se abstiveram, quatro votaram contra e seis votaram pela aprovação da moção de repúdio. Foi uma das votações mais divididas dos últimos tempos.
>> Veja aqui o resultado da votação dos projetos