Vereadores debatem a política econômica
Justamente nesta semana, o dólar chegou pela primeira vez desde 2001 a um nível menor que R$ 2,00. Para a Fiesp, foi mais um golpe na saúde debilitada da maioria das empresas nacionais. "O câmbio como está é um crime", definiu George Tomie, diretor regional da Fiesp. "A política econômica está sendo resumida a uma conta financeira. Estamos endeusando o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) e ficamos esperando a próxima reunião para saber se os juros continuam caindo em doses homeopáticas. Enquanto isso, estamos nos enganando. Faz de conta que produz, faz de conta que consome. (...) É uma pseudo-felicidade".
O encontro foi promovido pela Fiesp, através do Sesi Jundiaí. Foram convidados presidentes das Câmaras de Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Louveira, Morungaba, Várzea Paulista e Vinhedo. Apenas Louveira e Cabreúva enviaram representantes. Por Jundiaí, participaram o presidente Luiz Fernando Machado e os vereadores Ana Tonelli, José Antônio Kachan, José Carlos Ferreira Dias e Antônio Carlos Pereira Neto. Presentes também o diretor do Sesi em Jundiaí, Paulo Sérgio Casati; o superintendente de Integração do Sesi-SP, José Felício Castellano.
O objetivo da discussão, que vem ocorrendo em todo o Estado, é mobilizar o Legislativo e a população pela aprovação de uma reforma tributária urgente no Congresso Nacional. A Fiesp também propõe barreiras para produtos vindos da China, que estariam prejudicando a indústria nacional.
Sobre a reforma tributária, especificamente, o destaque da discussão foi o desemprego. Os debatedores apontaram que as empresas poderiam contratar muito mais se a carga de impostos não fosse tão pesada. Tomie apontou que nos últimos 12 anos o setor produtivo transferiu renda principalmente para o setor financeiro, o Governo e setores oligopolizados. Entraram na conta os juros altos, os impostos e a falta de concorrência nas áreas de energia e telefonia, por exemplo, o que não permite às empresas optarem por fornecedores que tenham custos menores. Ao mesmo tempo, as empresas da China, que têm uma carga tributária de apenas 20%, encargos de 18,% e juros de 4,5% podem entram com produtos mais baratos. Tomie destacou que a China nem ao menos é signatária da convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o que garantiria condições sociais menos adversas aos trabalhadores de lá.
O presidente da Câmara de Jundiaí, vereador Luiz Fernando Machado acredita que a discussão em torno do assunto irá atrair um interesse cada vez maior. "O que ocorre no momento é todos queremos a reforma tributária, mas não sabemos o que seria isso e como as mudanças iriam atingir a moça que vende pipoca ali na esquina e o sujeito que pega o ônibus para o trabalho. E é claro que vai atingir a todos". Ele convidou os integrantes da Fiesp/Sesi a fazerem uma apresentação do assunto durante uma das próximas sessões ordinárias.